Foi em um desses coquetéis. Aliás, uma senhora semana de coquetéis. A Helena e eu olhamos para a autora. Bom ter ido. Ela autografava feliz, plena. À minha frente, também Helena estava alegre. Novos planos. Lanos. Lena. Percebemos naquela noite. Todas nós temos ”L” no nome: a HeLena, a Maria HeLena, a Leonor, a Liane, a MaríLia, a ÂngeLa. Cabia um BLog: para pubLicar o vem da Oficina e mais. Hora de faLar tudo, sem censor, sem juízo. Aqui vaLe a Literatura e o respeito ao Leitor.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Traição Platônica, de Marília Galvão
domingo, 18 de dezembro de 2011
Subject: HOMENAGEM À DANIELLE MITTERRAND por ADOLFO PÉREZ ESQUIVEL (PRÊMIO NOBEL DA PAZ), post de Ângela Broilo
Meus Amigos:
Esteve conosco acompanhando a dor e a resistência de um povo.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Listas de Natal, por Angela Broilo
Natal
Fosse apenas comemoração... Ah!
Uma vez ouvi: tudo que é bom dá trabalho.
Tem certa sabedoria nisso.
Listar no lugar comum das frases sábias.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
O Monstro, por Ângela Broilo
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
O paraíso vive dentro dela, por Ângela Broilo
MARIA, por Helena Dossin
Queira-me por Maria
2011
CRESPA, de Helena Dossin
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Malvada, de Liane Rech
A convite da família, Jaqueline aceitou, apesar de receosa, passar uma temporada na praia. Foi naquele veraneio, quando estavam sozinhas, preparando o jantar, que Salete surtou. Teve uma crise falante, seguida de longo silêncio com gestos faciais, revirando os olhos, a cabeça tipo pêndulo de relógio. Dizia ouvir vozes que a acusavam e faziam ameaças. Arranhou-se no rosto e nos braços. O ambiente ficara pesado.
Fim de veraneio. Toda a família voltou. Jaqueline hospedou-se num hotel em outra praia. Soube dias após que a amiga fora internada: esquizofrenia! Foi visitá-la no hospital, mas sentiu-se constrangida: algo lhe dizia que não era bem quista. Como se fosse culpada. Queria sair correndo de lá. Culminou, quando, dias depois, foi visitar a amiga na casa dela. O pai abriu a porta, mas a impediu de entrar: “Não quero que tu venhas aqui estragar a nossa festa.” Espantada, Jaqueline mal podia acreditar que a porta se fechara para ela. Começou a tremer e, da sua boca, um grito, que não parecia ser o dela: “Amiga, pode esperar: vou arranhar a tua cara, de novo!”
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
O bem-estar de cada um, por Ângela Broilo
É difícil falar até para os mais queridos o que gente tem vontade de dizer. Esses dias comentei com uma amiga sobre uma pessoa. Falamos que o indivíduo em questão ficaria bem melhor com um visual moderno, menos idoso e talvez até se desse melhor na profissão apenas com uma mudança externa. Nós duas saberíamos até o que fazer. Aqueles papos frívolos que mulheres têm de vez em quando. Não que homens também não tenham, aposto que sim. Eu disse: Era só ele vestir assim, assim, cortar o cabelo de tal forma... Enfim... estava pronta a receita.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Franklin Cunha: uma das delícias da literatura. E com erudição. É possível, sim! Você conhece?, por Ângela Broilo
Atrevo-me a dizer: não existem dois Franklin Cunha. Ele é o Heminguay do ensaio. Não se pode imitá-lo. Mas há que conhecê-lo. A erudição e a mágica de saber como usá-la de um modo simples não se faz de um dia para o outro. O gostoso é saber que um ensaísta não precisa ser chato, que pode ser delicioso ler um ensaio se este souber em verdade do que está falando. Isso é uma forma de respeitar o leitor. Além disso, um cronista pode mostrar conhecimento ao mundo sem perder seu próprio estilo. Mais, só perguntando ao Franklin.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Citação de Nélida Piñon, por Maria Helena Balen
CORPO A CORPO, de Maria Helena Balen
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Sincronicidade, de Marília Galvão
1º de fevereiro de 2011:
Assim, fui caminhando por ruas, ruelas, becos, avenidas, pracinhas. De repente, me vi no passado. Fiz uma viagem no tempo, como na ficção, mas esta era real. Parei nos anos de glória do Quartier Montparnasse – os anos do período entre as duas guerras mundiais. Época em que Montparnasse competia com Montmartre – os dois centros artísticos efervescentes em Paris. Bares, teatros, cafés, ateliers e cabarés alimentavam a vida boêmia dos escritores, pintores, escultores. Pois é, e eu lá, nesse passé plus-que-parfait. Sozinha, conheci-descobri divers établissements. O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de teatros, ainda em funcionamento, como o Bobino, o Montparnasse, o Gaité Montparnasse e le Petit Montparnasse. Andando pela Rue de Rennes, entrei em um café, para aquecer-me um pouco. - Bonjour, monsieur. Un déca, s’il vous plaît. Com novas energias, segui pela tarde. Entrei em uma loja de meias, só meias. Um casal de velhinhos me atendeu. Foram tão simpáticos, que saí de lá com diversos pares de meias. Sorte do meu marido. Em une épicerie, comprei vinhos. O rapaz que me atendeu engatou um papo. Ao satisfazer suas curiosidades, disse a ele: - Moi, je suis venue à Paris pour réaliser le rêve de connaître cette ville merveilleuse. Je lui ai dit aussi que je parlais un petit peu de français encore, mais, dans l’avenir, je le parlerai mieux. - Où vous étudiez ? Je lui ai répondu que j’etudiais à l’Alliance Française. – Oh! Vous parlez bien le français. Vous avez un très bon professeur. (Viu, só, Bárbara?) – Quel est votre pays? - Brésil ! - Ah! Brésil! Pelê! – Rrrrrrrriô! Como se isso não bastasse, na despedida ele falou em português : - Tchau. Obrigado. E eu : – Merci .Au revoir. Bonne journée. Disse tudo o que sabia. Continuei o passeio, agora com as meias e os vinhos. Reportada às décadas de 30 e 40, fui pisando conscientemente nas mesmas pedras das calçadas em que eles pisaram, eles, Henri Muller, Hemingway, Modigliani, Matisse, Chagall, André Breton, Picasso, F.Scott Fitzgerald. Escritores e poetas franceses juntamente com estrangeiros exilados de seus países fizeram história. Para completar minha tarde, caminhei pelo Boulevard de Montparnasse, avenida principal desse 14e arrondissement . La Coupole, la Rotonde, le Dôme et La Closerie des Lilás, os bares e restaurantes mais freqüentados por eles. Ainda hoje transmitem uma aura de magia e glamour. Outras emoções estariam por vir. Entrei em uma librairie. Personne! A não ser um jovem, lá no fundo. - Bonjour, monsieur. – Bonjour, madame. – Je voudrais les livres, s’il vous plaît, et choisir quelques-uns. – À volonté, madame. Je vous em prie. Lentamente, passei meus dedos nas lombadas dos livros. De alguns li as apresentações. De outros eu senti o cheiro, o formato, o peso.E todos escritos em francês! Escolhi o romance Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. Sim, aquele escritor que vivia por ali, em Montparnasse, amigo do Picasso, do Hemingway. Sua esposa , a Zelda (Fitzgerald) também era escritora, une femme terrible. Mas isto é outra história ... De volta ao aconchego do quarto aquecido, no fim dessa tarde, abri o livro e escrevi, na primeira página:
Paris, le 1er février 2011.
Marilia
Abril de 2011 –
Li e recomendo dois livros fabulosos – do mesmo autor William Wiser – Os Anos Loucos - Paris na Década de 20 - e Os Anos Sombrios – Paris na Década de 30. Excelente leitura que mostra toda a ebulição cultural da época, dos grandes nomes que surgiram na literatura, pintura, escultura, e também as histórias de suas vidas. William Wiser tece uma crônica social de Paris e seus famosos exilados, casos amorosos, escândalos, suicídios, moda, perfume, política.
Junho de 2011 –
Paris é uma festa – de Ernest Hemingway, um livro intimista, diferente dos outros que ele escreveu. Faz uma viagem sentimental à década de vinte, quando o mundo se abria diante dele e seus companheiros eram a gente anônima das ruas e gente famosa como James Joyce, Gertrude Stein, Ezra Pound e F.Scott Fitzgerald. Ótimo complemento para a leitura dos livros de Wiser.
Setembro de 2011 –
Para fechar o ciclo de acontecimentos “tudo a ver”, assisti ao filme Meia Noite em Paris, de Woody Allen em que o alter-ego dele percorre a Paris de 1920 e 1930. Sempre à meia noite pegava carona de alguém, de Scott e Zelda Fitzgerald, de Hemingway, ou encontrava-se com Picasso, Dalí, Gertrude Stein, Matisse...
Novembro de 2011 -
Comprovo, assim, a teoria de Yung – a sincronicidade existe. Pena que nem sempre estamos atentos aos sinais.
sábado, 19 de novembro de 2011
NATAL, de Maria Helena Balen
Nunca o mês de dezembro chegou tão depressa como este ano. Ainda ontem era junho! O Tempo está competindo com os atletas da Maratona de São Silvestre e levando vantagem. Ou eu que ando perdida no presente fabricado de dígitos, senhas, chips, bips, bytes, bem diferente daquele já vivido. Esse excesso de botões, teclas e engenhocas converteram as pessoas em números. Tudo funciona até que a simples queda de luz provoca um colapso. Azar de quem está na fila, que continua existindo. Devo confessar: apesar de ser acometida por um surto nostálgico, adoro o mês de dezembro. Ele continua com um gosto de infância, de fim de ano letivo, começo de férias e de muita expectativa.
O Natal é uma festa de família. Minhas lembranças de Natais são de gente rodeando a mesa natalina e muito trabalho. Depois que todos saíam, sobrava para mim o rescaldo da louça, cadeiras fora do lugar, papéis de presente jogados em todos os cantos da casa. Mas jamais trocaria essa azáfama fugindo para um “dolce far niente” num hotel cinco estrelas, nem num navio cruzando o mar Egeu. Essa emoção pelo Natal em que a tristeza dos lugares vagos, na mesa, vão sendo substituídos pela alegria de novas gerações é renovada a cada ano.
Presente? A presença de todos que gostam de mim. E não venham com outro.
Tomando água mineral, enchendo a casa de enfeites e sobrevivendo sem estardalhaço continuo achando que as batidas de porta em porta procurando um lugar para o nascimento de Jesus tornou o Natal a noite mais emblemática do ano. Não faça o mesmo de dois mil anos atrás. Abra as portas de sua casa, não deixe ninguém passar sozinho esse dia, distribua o que está sobrando. Faça do Natal um dia revolucionário.
E, por favor, não me tirem esse prazer de ver a família, parentes, amigos encostando taças, escolhendo a parte preferida do peru, beijos e risos salpicados de farofa. Não me tirem a ilusão de que estrelas cadentes vão atender ao meu especial pedido na noite em que comemoramos o nascimento de Jesus: um Feliz Natal a todos meus leitores.