A convite da família, Jaqueline aceitou, apesar de receosa, passar uma temporada na praia. Foi naquele veraneio, quando estavam sozinhas, preparando o jantar, que Salete surtou. Teve uma crise falante, seguida de longo silêncio com gestos faciais, revirando os olhos, a cabeça tipo pêndulo de relógio. Dizia ouvir vozes que a acusavam e faziam ameaças. Arranhou-se no rosto e nos braços. O ambiente ficara pesado.
Fim de veraneio. Toda a família voltou. Jaqueline hospedou-se num hotel em outra praia. Soube dias após que a amiga fora internada: esquizofrenia! Foi visitá-la no hospital, mas sentiu-se constrangida: algo lhe dizia que não era bem quista. Como se fosse culpada. Queria sair correndo de lá. Culminou, quando, dias depois, foi visitar a amiga na casa dela. O pai abriu a porta, mas a impediu de entrar: “Não quero que tu venhas aqui estragar a nossa festa.” Espantada, Jaqueline mal podia acreditar que a porta se fechara para ela. Começou a tremer e, da sua boca, um grito, que não parecia ser o dela: “Amiga, pode esperar: vou arranhar a tua cara, de novo!”
Esse conto está uma beleza, Liane!
ResponderExcluirNunca esperava por esse fim!
Bjuussssssssss
Ângela
Liane, DEMAIS!
ResponderExcluirBeijos...
Sempre bom te ver.