sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Franklin Cunha: uma das delícias da literatura. E com erudição. É possível, sim! Você conhece?, por Ângela Broilo

Pouca gente aqui em Caxias conhece, como o 
caracteriza Assis Brasil, “o intelectual completo”, que é Franklin Cunha. Foi um grande médico ginecologista e obstetra para seus pacientes e colegas. Mantém o mesmo brilhantismo como cronista e escritor. Lançou três livros: 1º Deusas, Bruxas e Parteiras, 2º A Lei Primordial e outros ensaios, 3º A raiz da Esperança - Ensaios, Crônicas, Histórias. Como sei que são apenas três, tento me conter para fazer o prazer durar, mas sou gulosa. é quase impossível .
Imperativo concordar com Luis Fernando Veríssimo na contracapa de A Lei Primordial: “os ensaios de Franklin Cunha dão idéia de alguém interessado em tudo que solta sua mente inquisidora em qualquer assunto para descobrir o que pensa dele. E ao mesmo tempo seu texto nos revela uma visão pronta, uma curiosidade intelectual sem preconceitos, mas que não se deixa seduzir pela tirada fácil ou o significado falso. Um ótimo ensaísta.”
Na apresentação de obra, ninguém menos que Donaldo Schüler: “A leitura destes ensaios nos leva a gratas experiências científicas e literárias”.
Com sinceridade, só perdôo a mim por escrever um texto chato e culpo, não só meu julgamento errôneo, como a escolha mal feita de meus primeiros leitores, com a obra ainda inédita, que leram e nada disseram antes da publicasse. Fomos todos maus, maus, maus. Porque eu tento trabalhar duro, poxa!
Agora, quando começo a ler um ensaio chato, excusez-moi, fico muito mais irritada com o mau ensaísta do que com o mau cronista. Do ensaísta, exijo conhecimento maior que o do cronista. Deste, peço que, se nada me acrescente, ao menos que me divirta. Opinião pessoal, tenho direito a ela. E o que faz Franklin Cunha? Suas crônicas além de divertirem, me presenteiam com conhecimentos múltiplos. E os ensaios? São deliciosos de ler como uma crônica, além de conter todo o conhecimento que estou esperando.
       Atrevo-me a dizer: não existem dois Franklin Cunha.  Ele é o Heminguay do ensaio. Não se pode imitá-lo. Mas há que conhecê-lo. A erudição e a mágica de saber como usá-la de um modo simples não se faz de um dia para o outro. O gostoso é saber que um ensaísta não precisa ser chato, que pode ser delicioso ler um ensaio se este souber em verdade do que está falando. Isso é uma forma de respeitar o leitor. Além disso, um cronista pode mostrar conhecimento ao mundo sem perder seu próprio estilo. Mais, só perguntando ao Franklin.
Gosto de rabiscar crônicas, mas meu sonho mais querido é aprender a gestar um bom romance, seguir o caminho de José Clemente Pozenato, que tomo por exemplo, no estilo, não no gênero. Chegar à simplicidade total sem ser simplório. Eis a beleza. Senão, quisesse eu jogar-me aos pés do ensaio, estaria de cabelos em pé, estudando o mundo de Franklin, obcecada para entender como ele faz o que faz. E pensando se não seria o caso de renascer. Cada um apaixona-se por um planeta, o que lhe é mais querido e joga-se de cabeça.
Quando à leitura, ah! Amo ler de tudo. Se for bom. Por hora, ainda resta um pouquinho de Franklin para ler, como aquela guloseima que a gente vai guardando para degustar aos poucos, uma sobremesa rara, elegante e fina... Depois, é ficar torcendo para o chef ficar de bom humor e fazer mais um pouquinho dia desses.
Importante deixar claro: não fazemos propaganda aqui nas seiscontamtudo. Falamos de boa literatura. Tem muita gente escrevendo superbem aqui em Caxias mesmo. Nós produzimos o que podemos. O que eu queria contar hoje está dito. É que poucos caxienses conhecem o  cronista e ensaísta Franklin Cunha e ele é muito conhecido pelos intelectuais de Porto Alegre (faz parte da turma do Assis, do Luis Fernando Veríssimo, dessa turminha aí do barulho), por isso aí vai a dica: a Editora é AGE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente: