sexta-feira, 16 de março de 2012

Leituras nas Férias ou...Umberto Eco e Paula Mclain, de Marília Galvão

Em seu último livro, O Cemitério de Praga, Umberto Eco nos apresenta um romance cujos personagens existiram realmente e fizeram o que lhes é atribuído – Sigmund Freud, Ippolito Nievo, Garibaldi, dentre outros , em uma trama envolvente. Umberto afirma que o protagonista da história, Simone Simonini, é a única figura inventada e que, por esse motivo, passa também a existir. Interessante, não? Já a autora Paula Mclain, em sua obra intitulada Casados com Paris, aborda a história verdadeira de amor e traição do jovem casal Hemingway, nos anos de 1920, porém sob o ponto de vista de Hadley Richardson, primeira esposa de Hemingway, a esposa de Paris, como diziam.Também fiel aos fatos, como pano de fundo há a convivência com personagens reais da época – Gertrude Stein, Ezra Pound, Scott e Zelda Fitzgerald. Nas duas obras foi utilizado o mesmo recurso, ficção porque narradas pelo ponto de vista do protagonista, real ou não. Em literatura já se viu de tudo, mas parece-me que esses autores exploraram um novo veio – o como. Que “sacada”!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Viva Leandro!, por Ângela Broilo

Viva, Leandro! Mais uma conquista do colega de academia, poeta, metalúrgico, esse ano do sindicato, um dos caras mais esforçados que conheço. Fome de cultura, aquela que só os poetas de verdade têm. Nunca acreditei muito nas cartas de Rilke, até que conheci o Leandro. Aí fiquei pensando... talvez aquele alemão boa-vida tivesse certa razão. Quem sabe...



sábado, 3 de março de 2012

O bom mesmo é escrever. Gente que faz é motivação, de Ângela Broilo

         Muito Legal! Agora a AGES atualizou o blog. Lá está meu nome na área de sócios. Na primeira página, a caxiense Helô Bacichette na diretoria. Como ela, tem gente que faz. Faz e acontece. A Helô ( hein?)  e uma presidência que promete.
         Aqui a presidente Marilene e a Alice na Academia Caxiense de Letras, que completa meio século de vida. Os fortes.
         É muito bom participar do mundo com pessoas que gostam de áreas afins. Impossível citar a todos.
         Sem citar o nome, vai.
        - Tem uma dessas pessoas que soube fazer da poesia algo importante aqui em Caxias. Não é assim em outras cidades. Isso é grande!
        - Outro criou um prêmio que antes não existia.
        - E a moça que fez uma exposição de obras de arte - inclusive o coquetel - com vários pintores importantes, absolutamente sozinha, sem ganhar nada com isso?
        - E alguns... ah!... alguns escrevem tão bem que me deixam feliz! Como gosto de saber e sentir e ler quem escreve delícias e que é daqui e pertence mais ou menos à minha geração ou a gerações anteriores ou posteriores? Isso é motivação. Pessoas que estão vivas enquanto eu vivo. No filme Meia Noite em Paris, Woody Allen coloca Hemminguay dizendo que o escritor é invejoso. Também já li que os escritores portugueses são invejosos... Não acredito nisso. Talvez quisesse se referir aos escritores que não quissessem mostrar ou falar de sua obra antes de pronta. Senão as idéias fogem. Também já me falaram que os pintores são invejosos, assim como os músicos... Como teria surgido a bossa nova se os músicos fossem invejosos? E os movimentos artísticos? Não creio que o artísta seja invejoso. Talvez o talento de alguns provoque inveja, mas isso ocorre em todas as áreas. Bons cirurgiões são muito invejados. Grandes arquitetos, os melhores esportistas, modelos de passarela são tão invejadas que devem cuidar de sua integridade física. Creio que a inveja não está em uma só área mas em todas elas. Talvez na arte exista mais admiração que inveja. O que é muito diferente. Na admiração, você quer aprender com os bons os melhores e os grandes de sua área sabem ter a generosidade de escolher a quem ensinar. É a lei da vida. O talento merece ser estimulado, senão você não serviu para nada. 
         Esses dias o mestre olhou olhos pequenos e me disse baixinho: o bom mesmo é escrever, não é? O resto... Nem continuou...
         Creio ser dessa turma. O bom mesmo é quando consigo escrever uma frase que sei está boa... o resto é confete, é beijo de uma noite só, é paixão que acaba, amor de verdade é aquela frasesinha que vem de dentro e você sabe...  veio diferente, veio assim com arte, a sua arte, mesmo que sejam poucas... mesmo que sejam loucas... você percebe... está boa demais. E é só sua. E pode agitar de leve uma alma madura, não importa a idade. Mas mexe na atenção do leitor como aroma de hortelã, sacode a  atenção distraída entre o livro, a Internet, a televisão... e por um tempinho ganha o livro. Ele entra sem bater na porta. É um murro. Você sabia disso quando aquele frase apareceu e seus lábios sorriram quase sem querem.
        Isso que quer dizer: O bom mesmo é escrever... É o buscar o nocaute naquele frasezinha louca de boa... O resto... Não precisa falar. Corta. Corta tudo que for resto.